Nosso recanto

    Aos leitores mais curiosos, postarei ocasionalmente nesta seção um conjunto de trechos literários:


    O poeta francês de minha lista, uma grande expressão do modernismo. Embriaguem-se:


"Embriaguem-se
É preciso estar sempre embriagado. Aí está: eis a única questão. Para não sentirem o fardo horrível do Tempo que verga e inclina para a terra, é preciso que se embriaguem sem descanso.

Com quê? Com vinho, poesia ou virtude, a escolher. Mas embriaguem-se.

E se, porventura, nos degraus de um palácio, sobre a relva verde de um fosso, na solidão morna do quarto, a embriaguez diminuir ou desaparecer quando você acordar, pergunte ao vento, à vaga, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que flui, a tudo que geme, a tudo que gira, a tudo que canta, a tudo que fala, pergunte que horas são; e o vento, a vaga, a estrela, o pássaro, o relógio responderão: "É hora de embriagar-se! Para não serem os escravos martirizados do Tempo, embriaguem-se; embriaguem-se sem descanso". Com vinho, poesia ou virtude, a escolher."

                                                                                               Charles Baudelaire





"Amantes
Dois amantes felizes não têm fim nem morte,
nascem e morrem tanta vez enquanto vivem,
são eternos como é a natureza."
                                           Pablo Neruda


    O poeta das rosas, como era conhecido Cartola, um dos símbolos brasileiros do samba da Estação Primeira de Mangueira. Em uma de suas mais famosas composições.



"As rosas não falam
Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão enfim


Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar para mim

Queixo-me às rosas, mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai...

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhar os meus sonhos
por fim"


    Não poderia deixar Clarice de fora desta Antologia, apesar de todos os rodeios, indecisões e seu feminismo quase-mascarado tenho uma tamanha admiração por ela. Este texto para mim é uma crítica que, apesar de ter sido escrita no século passado, apoia-se no universalismo do amor. É ironia ser você quando encontra um amor aquém do teu.


    " Quem ela era
    - (Eu te amo)
    - (É isso então o que eu sou?)
    - (Você é o amor que tenho por você)
    - (Sinto que vou me reconhecer...Estou quase me vendo. Falta tão pouco)
    - (Eu te amo)
    - (Ah, agora sim. Estou me vendo. Esta sou eu, então. Que retrato de corpo inteiro)"

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