segunda-feira, 30 de abril de 2012

O velho e a névoa


    
    Quantas vezes olhaste por este vidro? A mesma névoa. Os mesmos reflexos. Um velho de barba grisalha, vista cansada, pouco cabelo, memória farta. Farta falta. Um velho sóbrio em constante perda. Memória. Lá fora, as paisagens são quadros já vistos, revistos e esquecidos. Inconstantes equívocos. Fios alvos, de todas as cores a do tempo é branca. Tempo que desbota os seus reflexos, a sua face. Tempo que desbota as suas lembranças. O velho por de trás do vidro tentava, em vão, subverter tal alvura. Subvertia, esquecia. E assim, o tempo jazia as cores daquele velho sonhador.

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...